Desde que a primeira versão do estilingue surgiu no Brasil, introduzido pelos imigrantes europeus, norte americanos e asiáticos, eu acredito que tenha sido do ano de 1887 pra frente, com a chegada dos primeiros imigrantes italianos alemães e espanhóis ao Brasil. Desde a sua introdução no Brasil o estilingue tem evoluído no que diz respeito ao formato e materiais que compõe a sua confecção. No inicio, nos anos antes de 1960, os estilingues mais comuns eram feitos com forquilhas de árvores, a mais comum era a goiabeira, na maioria simétricas em forma de Y, e utilizavam tiras de borracha de câmara de ar de bicicleta ou de automóvel, eram as chamadas borrachas vivas, que hoje não as encontramos mais com facilidade. Na década de 1970 começaram a vir dos Estados Unidos estilingues de forquilhas recortadas em madeira ou de metal torcido que usavam umas ligas de borracha parecendo as borrachas de amarrar dinheiro, que eram muito boa por sinal. Aqui no Brasil por volta de 1973 a garotada começava a descobrir a tripa de mico que era usada em farmácias e hospitais, e pra impulsionar aeromodelos movidos a elástico, eu mesmo retirei o elástico do meu velho avião pra fazer estilingue, era uma borracha tubular de aproximadamente uns 3 ou 4 mm de diâmetro.
Logo depois descobri que nas farmácias vendia, umas tubulares de 5 e 8 mm, mas o preço era um tanto alto pra um garoto de sítio comprar, mas não impossível, minha primeira compra de tripa de mico foi um rolo de 15 metros, na época custou 15 mil cruzeiros, três notas vermelhinhas que traziam a esfinge do Tiradentes, resultado de meu primeiro empreendimento em vender pipas e cerol pra garotada. Dai não parei mais de comprar, e ainda vendia cada par de tripa de mico pra molecada por 2 mil cruzeiros (2 notas cor de abóbora com a esfinge do Pedro Alvares Cabral) o par, eu falava pros garotos que meu pai trazia dos Estados Unidos, Estados Unidos da farmácia do seu Oswaldo que sempre comprava dois rolos a mais para o meu consumo. Em 1975 começaram a aparecer no mercado brasileiro estilingues industrializados vindo de países como Estados Unidos, feitos de metal e empunhadura de plástico com apoio pro ante braço.
A tripa de mico ficou nas paradas até meados da década de 1990, quando surgiram as faixas elásticas para fisioterapia e ginastica. A partir daí os estilingue evoluiu muito, não só nas borrachas, mas nas variedades de desenhos, formatos e materiais usados pra fazer as forquilhas.
Outros formatos e estilos de forquilhas feitos por vários artesãos do estilingue no Brasil e no exterior começaram a surgir, dando aos praticantes do estilingue um leque de novas opções e possibilidades.
Mas com toda essa evolução, ainda havia uma coisa a ser mudada, que era a mentalidade das pessoas que praticam o tiro com estilingue, e a opinião de outras tantas pessoas sobre o estilingue, que pensam que todo mundo que atira com estilingue mata pássaros. Foi pensando nisso que varias pessoas em vários países do mundo inclusive no Brasil começaram a dar uma nova finalidade ao estilingue e foi aí que surgiu o estilingue esportivo. Dos países do exterior a Espanha é o país que mais se destaca no tiro esportivo com estilingue, seguido da Itália, México, USA, Alemanha e outros. E hoje a prática de caçar pássaros com estilingue esta ficando cada vez mais distante ao redor do mundo.
No Brasil apesar de haver registros de campeonatos desde a década de 1960, o estilingue esportivo começou a pegar força mesmo a partir de 2010, tendo como os seus maiores entusiastas os atiradores Davi Milani, do interior paulista, Juliano Silveira, do Mato Grosso do Sul, e Betão Nascimento, do Mato Grosso, e John Balthazar de Bertioga - SP. e outros
Juliano (à direita)
Betão Nascimento
Davi Milani
John Balthazar
E assim segue a evolução do estilingue no Brasil, ainda falta muita coisa a ser feito, para que o tiro com estilingue se torne um esporte. Em junho desse ano (2018) teremos a primeira Copa do Mundo de Tiro Esportivo com Estilingue, que ser em Gualdo Tadino na Italia, e acreditamos que após o evento o estilingue será visto com outros olhos pelo mundo.
Até o Próximo post.
By: Bob Perkins
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