O Desenvolvimento e atualidades do Estilingue Esportivo no
Brasil
O estilingue foi introduzido no Brasil no século passado, e
de lá pra cá o estilingue foi utilizado de várias formas que vão desde arma de
caça, brinquedo e equipamento esportivo.
A sua utilização na caça rendeu ao estilingue o status de
vilão, pois na maioria das vezes ele era utilizado por adultos e crianças no
abate de pássaros, e essas práticas não eram muito bem vista por muita gente, e
até os dias de hoje o estilingue é marginalizado no Brasil, pois devido à falta
de informação muitas pessoas ainda pensam que todo usuário de estilingue é
caçador.
Assim como o estilingue foi introduzido no Brasil, as
competições de estilingue também foram introduzidas aqui pelos americanos e
europeus, e temos registros de competições desde a década de 1970 no interior
paulista e no sul do país.
Nos dias de hoje, existem várias competições em quase todos
os estados do Brasil, mas a maioria delas são ações entre amigos, pois no
Brasil ainda não existem clubes de estilingue devidamente legalizados, digo; segundo
informações de pessoas que estão a frente do estilingue esportivo no Brasil,
existem apenas três clubes devidamente legalizados nos 26 estados brasileiros,
um no estado de São Paulo, e dois no estado de Santa Catarina, os demais são
apenas grupos informais, e a maioria das competições são realizadas por esses
grupos, sem regras oficiais, onde cada organizador faz a sua regra na hora, não
existindo uma padronização de regras, alvos, distancia e munições.
Perguntamos a pessoas especializadas no assunto, e estas pessoas
nos responderam que o atual estilingue esportivo no Brasil é uma bagunça que
ninguém entende, cada organizador de torneios fala sua língua, em um torneio a
munição é pedra, em outro é bola de vidro, em outro é bola de argila, em apenas
um é usado esferas de aço. Os alvos na sua maioria é um retângulo de 4 x 12 cm,
ou 5 x 10 cm ou 6 x 12 cm, as distancias variam de 7 a 8 metros. As
classificações são por mata-mata, fases onde basta acertar 2 alvos de 5 já passa
pra próxima fase, na segunda basta acertar 3 alvos de 6 e já passa pra terceira
fase e assim por diante. Nos disseram que é meio difícil participar desses
torneios dado pela divergência das regras, onde o esporte é tratado como um jogo,
pode se até dizer que é tratado como um jogo de azar, as regras não são previamente
estabelecidas, e não são claras, e se torna difícil do competidor sério
praticar, pois diferente de algumas modalidades de tiro, a distancia é padrão,
os alvos são padrão, as armas são padrão, as munições são padrão e as regras
são padrão e divulgadas previamente antes de cada competição.
Um torneio que estivemos presente que foi feita dentro dos
padrões esportivos internacionais, foi a Copa Caiçara, realizada por um clube
de estilingue esportivo de Bertioga – SP, os organizadores desse torneio
elaboraram um regulamento inspirado no regulamento da Copa do Mundo da Italia, fez
algumas pequenas alterações e divulgou com um mês de antecedência nas redes
sociais, para que os interessados tivessem tempo de se preparar para a prova.
Estamos tentando uma entrevista com o presidente do GBEE,
mas ele esta sem agenda, pois ele é um dos cabeças do movimento do estilingue
esportivo no Brasil, inclusive foi ele quem criou essa terminologia. Vamos ver
se o Sr. Balthazar fala conosco na próxima semana. Por telefone perguntamos a
ele o que é necessário para o desenvolvimento do estilingue como modalidade
esportiva no Brasil, a resposta dele foi simples: Pra que o estilingue se torne
realmente um esporte e venha a ser respeitado no Brasil, primeiro os seus
praticantes precisam acordar! Mas acordar pra valer! Acordar para o mundo! Pois
lá fora o estilingue está evoluindo e o Brasil ainda esta atirando com bolas de
barro. Segundo é preciso que os praticantes se organizem na forma de clubes ou
associações desportivas, mas clubes e associações desportivas legalizadas, e
não apenas de camiseta. Terceiro é preciso uma unificação e uma padronização de regras, para que todos falem a
mesma língua. Quarto com a formação e legalização dos clubes nas cidades de
cada estado, os clubes deverão fundar a sua federação estadual, e estas de
acordo com a necessidade deverão fundar a confederação brasileira que seja
legítima. Seguindo esse passo a passo o estilingue esportivo estará bem
encaminhado.
Essa foi a resposta do Sr. Balthazar de Bertioga a nossa
pergunta.
Continuando o assunto, em nossa observação dos torneios
existentes pelo Brasil afora, vimos que a sua maioria esta no estado de São
Paulo, seguido pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e nordeste do
Brasil. No estado de São Paulo os torneios acontecem na maioria em duas
regiões, que é no alto interior paulista e no Vale do Paraíba, e observando os
vencedores desses torneios verificamos que os títulos sempre estão nas mãos dos
mesmos, não muda, apenas varia a colocação. No alto interior paulista é quase a
mesma coisa. No Mato Grosso, uma tal de CBE promoveu um campeonato brasileiro
com meia dúzia de gatos pingados e de lá saiu um campeão brasileiro. Isso mesmo;
fizeram um campeonato brasileiro entre competidores do mesmo estado e da mesma
cidade, tinha lá um ou outro de outro estado, e desse campeonato saiu um
campeão brasileiro. Em outra postagem vamos falar um pouco dessa tal CBE e sua
estória, nos contaram cada uma.
Enfim; o estilingue esportivo do Brasil está dormindo, e
precisa acordar pro mundo, pois la fora o estilingue esta a todo o vapor, só esse
ano temos duas competições internacionais pela frente, uma em agosto na Espanha
e outra em novembro em Xangai na China.
No próximo post vamos ter uma entrevista com o Sr. John
Balthazar presidente do Grupo Bertioguense de Estilingue Esportivo de
Bertioga-SP, e proprietário da Puma Slingshots Estilingues Esportivos Artesanais.
Vamos ver o
que ele tem a nos contar.
Não percam!
By Bob Perkins